A cidade é viva, inspira e expira poesia, se você olhar o muro vai ver que está marcado por desenhos ou escritas, contando histórias ou dando avisos, lembrando de quem nós somos ou de quem deveríamos tentar ser.

      No movimento entre os carros você também pode ver a amargura da dor que é o que leva o poeta a escrever, os meninos e meninas sem sapatos sorrindo e sem nem o básico continuam a vencer, se unem a resistência assim como a natureza que cresce entre as frestas da calçada ou em praças abandonadas.

       Não precisa ir muito longe para ver, as vezes basta olhar para você. São vários corpos pretos, brancos, amarelos, pardos de vários gêneros e sexualidades transitando pelas calçadas tatuados, modelados, furados e sempre marcados, marca essa do passado, das dores e das alegrias, da esperança de um futuro melhor que dá voz e representatividade, que se move e faz acontecer.

      Surgindo pela falta  de uma vista panorâmica sobre nossa urbanização, o Urbanorama cresce no lugar de preenchimento dessa visualização e do reconhecimento dos nossos movimentos artísticos de intervenção dentro da cidade sejam eles como pichações, grafites, arte de rua, ongs, apresentações ou corpos. 

     Vem para mostrar que as ruas não param assim como nossa luta que é diária e constante seja por comida no prato ou pela árvore na praça. A cidade não tem só vida, ela tem beleza e ela tem voz, mesmo muda ela consegue falar e se você não ouviu a gente vai te contar.